O que é metaverso? Por que grandes empresas usam essa tecnologia? Como metaverso e netnografia andam juntos? Se você se sente perdido quando o assunto é identificar propósitos, signos e dores dos usuários relaxa que vamos lhe explicar.
O metaverso é uma terminologia utilizada para indicar um tipo de mundo virtual que tenta replicar a realidade por dispositivos digitais. Alguns games em cultura imersiva já se utilizam desse conceito de forma mais simples.
Como funciona:
Na prática, o ambiente virtual imersivo promete criar experiências quase reais com a ajuda de uma lista de itens que compreendem uma internet eficiente, óculos de realidade virtual, fones de ouvidos e outros equipamentos para simular toques e sensações. #metaverso
Além dos apetrechos digitais, é necessário o uso de realidade aumentada – que insere dados virtuais sobre o usuário para dentro do metaverso. Hoje alguns games utilizam essa tecnologia como Roblox, Fortnite, freefrire e outros. #metaverso
Outro fator primordial para o metaverso é o uso do blockchain, nele as compras e transações realizadas acontecem por carteiras virtuais e comercializam NFTs, os chamados tokens não fungíveis. #metaverso
Os usuários compram skin para seu avatar, roupas, acessórios, obras de arte…enfim tudo como se fosse na vida real, mas digital. Você vai poder ter um NFT de tênis da Nike em seu avatar no metaverso sem nunca receber um par de calçados na sua casa. #metaverso
As oportunidades de negócios são inúmeras, e gigantes como Microsoft, Gucci, Netflix, Nintendo e muitas outras empresas faturam bilhões com o negócio virtual. #metaverso
Mas e a netnografia?
A pesquisa de mercado que estuda o comportamento do consumidor online vai para qualquer plataforma que seja possível mapear hábitos, desejos e dores dos usuários de forma ética.
Recentemente a pesquisadora Geórgia Rakusen utilizou a plataforma para pesquisar porque as pessoas se tornavam usuários do metaverso. De inicio era apenas identificar os motivos que tornavam o metaverso atrativo.
Ela criou uma conta e durante o período da pesquisa passeou pelos ambientes criados pelo Meta. E descobriu que os primeiros usuários eram criativos, investidores, curiosos e pessoas que trabalhavam na Meta.
Ela achou interessante que a maioria dos usuários não era gemer, e sim gente que senti nostalgia da internet nos tempos de msn, chats e aol dos anos 90.
Segundo o próprio Mark Zuckerberg “no metaverso você é capaz de fazer tudo o que você possa imaginar”, até ser outra pessoa, um alienígena ou um e pedaço de chiclete mascado.
E para a pesquisadora é aí que mora o perigo, pois a medida que ela interagia com outros usuários fica claro que muita gente fazia coisas ali que na vida real jamais avançaria.
Do lado positivo ela verificou que relações com propósitos também eram possíveis. Muita gente fazia amizade por interesses similares, eventos e rituais eram criados com sucesso imersivo e a absorção de cultura, musica e network é genuíno.
E nesse contexto também sentiu o viés negativo, como a frustração por seu avatar não ser tão legal quanto o dos outros e a baixa autoestima causada nesse sentido. Sentiu também que o metaverso acaba sendo desinteressante para os usuários o longo do tempo.
Grandes marcas, empresas e negócios apostam que o futuro das novas gerações pertence ao meta, e a música, arte e entretenimento tem muito a ganhar dentro de uma plataforma tão imersiva assim.
Porém, em ambientes corporativos os desafios serão maiores. Imagine uma reunião virtual com um avatar onde o CEO da empresa é um unicórnio? Acredito que vai ser difícil o reconhecimento e o pertencimento na vida real.
A plataforma mostra que a caça ao tesouro que ela criou dentro de um ambiente imersivo e digital faz com que seja um campo amplo de oportunidades de negócios, mas que deve ser pensado em curto prazo e sempre criando experiências que cruzem a vida real com a digital.
Que ele abre fronteiras para o usuário curtir novas experiências de forma imersiva, isso é inegável. Mas a vida precisa acontecer dentro e fora da internet para que, no futuro, tenhamos gerações mais adaptativas, resilientes e felizes.
Maria Augusta Ribeiro é especialista em comportamento digital e Netnografia no Belicosa.com.br
https://belicosa.com.br/analfas-do-metaverso-voce-faz-parte/
https://www.emerald.com/insight/content/doi/10.1108/JOSM-12-2021-0481/full/html
https://blog.fortestecnologia.com.br/tecnologia-e-inovacao/o-que-e-metaverso/
Porque as pessoas tem medo de se desconectar
