Um ano após o início da pandemia, pais em todo mundo estão observando seus filhos deslizarem por um caminho cada vez mais escorregadio, a vida digital que tudo consome.

 Segundo o estudo do “Blue Book of Being Social Mentaly” são os homens os responsáveis por levar as tecnologias para casa, e consequentemente, a estimular o uso viciante das telas nos filhos. PAI!

Por mais assustador e injusto que pareça, a pandemia fez com que muitos pais passassem a trabalhar home office, e relaxassem as restrições às telas dos filhos, como uma forma temporária de manter as crianças frustradas e inquietas entretidas.

E não parou por aí: a vida escolar também se modificou e o que antes era uma atividade de ir à escola, passou a ser através de uma tela. Os amigos passaram a ser virtuais e os relacionamentos foram para as redes sociais e games.

O que antes para muitas crianças era ir à escola, interagir com os professores, conversar com os amigos, brincar com o cachorro hoje se resume a uma tela na mão.

Crianças do mundo todo interagem com  até 3 dispositivos na mão e uma infinidade de redes sociais e games, e isso não tem sido muito saudável nem para o corpo e nem para a mente.

E comumente o surto nas famílias acontece: um belo dia, os pais resolvem que o filho passa horas demais diante das telas e corta tudo de uma vez só. Sem wifi, dispositivos e atividades, as crianças se frustram em nível máximo, e não é incomum historias próximas a nós de crianças se auto mutilando e tentando o suicídio.

Muitas vezes a figura máxima da casa leva sem querer o vicio da tela aos filhos, justamente porque precisa trabalhar horas diante de uma tela. Ou porque ama jogar games no tempo livre, ou simplesmente porque o hábito de checar as redes sociais levou nossa atenção para a China.

Mas, por que, justamente na hora da tecnologia trabalhar do lado das famílias, ela falha? Porque os cérebros das crianças, até a adolescência, são considerados “plásticos”, o que significa que eles podem se adaptar e mudar para novas circunstâncias o tempo todo.

Isso significa que teremos adultos sem saber o limite entre abuso e vício, sem saber o que é certo e errado além dos inúmeros distúrbios mentais. Quanto mais rotina em frente às telas uma criança tem hoje, mais difícil será impor limites ou tratar o vício dela amanha.

Empresas de tecnologia têm levado legiões de crianças com menos de 10 anos ao consumismo. Isso porque se dedicam horas incontáveis ​​a jogos como Fortnite e aplicativos como TikTok.

 Um aplicativo chamado Roblox, particularmente popular entre crianças de 9 a 12 anos nos Estados Unidos, teve uma média de 31,1 milhões de usuários por dia durante os primeiros nove meses de 2020, um aumento de 82% em relação ao ano anterior.

Então, quando os pais podem começar a limitar o tempo de uso de seus filhos? Agora! Desligue o wi-fi de casa enquanto não estiver usando, não deixe as crianças fazerem refeições na frente de um tablet, e participem dos jogos online de seus filhos.

Não sinta culpa de exigir atenção do filho e pedir que olhe pra você em vez da tela na mão. Existem uma infinidade de aplicativos de uso parental que ajudam os pais a regular o uso das telas.

O tempo de dizer “mais vida real e menos telas” é responsabilidade dos pais, e vai sim dar mais trabalho manter seus filhos entretidos, ou mesmo dando chance ao ócio, mas com certeza vai produzir cidadãos conscientes.

Por: Maria Augusta Ribeiro Especialista em Netnografia e Comportamento Digital –  Belicosa.com.br

 

Seu filho tem maturidade para ter uma tela na mão?







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