Nos últimos anos, a expressão demência digital vem ganhando destaque em debates sobre o impacto das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) na saúde mental de todos nós.

Mas o que exatamente é demência digital?

O termo refere-se à deterioração cognitiva causada pelo uso excessivo de dispositivos eletrônicos, como smartphones, tablets e computadores. Esse quadro se manifesta principalmente na perda de memória, dificuldades de concentração, e no comprometimento da capacidade de aprendizado e processamento de informações.

demencia digital Estudos recentes apontam que a demência digital está associada a uma sobrecarga no cérebro devido à alta exposição a estímulos digitais, levando a sintomas como fadiga mental, confusão e até sintomas similares aos de transtornos de ansiedade.

Pesquisas sobre os efeitos das TICs na saúde mental vêm crescendo. Um estudo da Universidade de Oxford (2020) revelou que o uso prolongado de telas pode prejudicar o desempenho cognitivo, principalmente em adultos acima de 40 anos.

A sobrecarga de informações ou Infobesidade, provoca uma redução significativa na capacidade do cérebro de processar e armazenar dados, levando a sintomas similares aos da demência tradicional.

Segundo um relatório da Organização Mundial da Saúde (OMS), mais de 60% da população global já apresenta sinais de dependência digital. A pesquisa ressalta que o cérebro humano, quando submetido ao uso excessivo de dispositivos digitais, perde a capacidade de se concentrar e reter informações, uma característica fundamental que nos diferencia de outras espécies. A multitarefa digital, muito comum no cotidiano, gera um estado constante de distração, sobrecarregando as funções cognitivas.

#demência digital

demencia

Como o Excesso de Tecnologia Afeta o Cérebro

O impacto mais notável da demência digital é a perda da memória de curto prazo. Quando nos envolvemos em atividades multitarefa como responder a e-mails enquanto assistimos a vídeos ou interagimos nas redes sociais  o cérebro luta para manter o foco. Em vez de consolidar informações importantes, ele é bombardeado por dados irrelevantes, resultando em um bloqueio cognitivo.

Assim estudos indicam que o excesso de estímulos visuais e auditivos, somados à quantidade exorbitante de informações que consumimos diariamente, altera a estrutura cerebral. O córtex pré-frontal, responsável pela tomada de decisões e concentração, é diretamente afetado. Em longo prazo, esse processo pode resultar em dificuldades cognitivas permanentes.

cerebro

Mas porque devo me preocupar com a demência digital?

Pesquisadores da Universidade de Harvard alertam que o contato excessivo com telas na infância compromete o desenvolvimento cerebral, resultando em problemas de atenção e socialização na vida adulta. Outro fator é o aumento do tempo de exposição a redes sociais, o que reforça comportamentos de comparação social e isolamento, contribuindo para um ambiente mental propício à deterioração cognitiva. #demência digital

Os adultos não ficam isentos desse fenômeno. O uso prolongado de dispositivos no ambiente de trabalho, aliado à falta de pausas adequadas, intensifica os sintomas de demência digital. A sobrecarga de tarefas e a necessidade de estar sempre conectado transformam o cérebro em um “campo de batalha”, onde as informações competem pela atenção, causando fadiga mental.

O que fazer para evitar?

demencia digital

Afinal é possível prevenir os efeitos da demência digital com algumas mudanças de comportamento. Especialistas em saúde mental sugerem a adoção de pausas frequentes no uso de dispositivos eletrônicos. Segundo o Journal of Medical Psychology (2021), intervalos regulares de 5 a 10 minutos a cada hora de trabalho digital podem reduzir significativamente os níveis de estresse e melhorar a função cognitiva.

Além disso, limitar o uso de redes sociais e aplicativos de mensagens pode ajudar a reduzir a sobrecarga de informações. Também é eficaz no combate aos sintomas da demência digital técnicas de mindfulness e simplesmente contemplar algo que não seja com uma tela na mão.

De fato a conscientização sobre o tempo gasto em frente às telas e a busca por atividades que estimulem o cérebro de maneira diferente, como a leitura ou prática de esportes, são medidas que auxiliam na recuperação cognitiva. #demência digital

demencia digital

A demência digital é um fenômeno crescente, impulsionado pelo uso indiscriminado das tecnologias digitais e se  não for controlado, esse comportamento pode causar prejuízos irreversíveis à saúde mental e à qualidade de vida. A conscientização sobre o tema é o primeiro passo para adotar medidas preventivas e garantir um uso saudável e equilibrado da tecnologia.

Assim a ciência já confirmou que o abuso aos  dispositivos digitais afeta diretamente as funções cognitivas. A partir dessa constatação, cabe a cada um de nós refletir sobre o nosso comportamento digital e tomar decisões conscientes para evitar que o progresso tecnológico se transforme em um inimigo da mente.

Afinal, quem manda na  tecnologia é você não o contrario. Portanto, criar uma rotina equilibrada, com limites claros para o uso da tecnologia, é a chave para manter o cérebro saudável em um mundo cada vez mais adoecido.

 

 

 

Por Maria Augusta Ribeiro especialista em Netnografia e comportamento digital 

 

 

https://belicosa.com.br/infodemia-sobrecarregados-de-informacao/







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