Com o aumento do uso de telas em nosso cotidiano seja para trabalho, estudo ou entretenimento cresce também a preocupação com a ergonomia e sua relação direta com a saúde física e mental. Mas porque a Ergonomia importa?
O ambiente digital exige adaptações e cuidados específicos para que os usuários não sejam prejudicados fisicamente. A falta de uma ambiente apropriado pode afetar não apenas o corpo, mas também a mente, comprometendo o bem-estar geral das pessoas.
A ergonomia é a ciência que estuda a adaptação das condições de trabalho e dos ambientes físicos às necessidades das pessoas.
Segundo a Associação Internacional de Ergonomia (IEA), o objetivo principal é melhorar a interação humana com seu ambiente, promovendo o conforto, a eficiência e a segurança. Essa ciência investiga aspectos como a postura corporal, o mobiliário, a iluminação, e até a organização dos objetos para reduzir o desgaste físico e mental.
No contexto digital, a ergonomia tem ganhado relevância crescente, pois passamos várias horas em frente a computadores, smartphones e tablets, muitas vezes em posições inadequadas. Respeitar as práticas ergonômicas significa alinhar corretamente o corpo para evitar dores e lesões, enquanto se promove uma experiência de uso saudável e sustentável.
Impactos das Telas na Saúde Física
O impacto das telas na saúde física é significativo. Estudos demonstram que o uso prolongado de dispositivos digitais leva a problemas como dores na coluna, fadiga visual, tensões nos ombros e no pescoço, além de dores nos punhos e mãos. De acordo com uma pesquisa da Universidade de Queensland (2023), as posturas inadequadas em frente às telas aumentam as chances de desenvolvimento de lesões por esforço repetitivo (LER) e dores crônicas.
Outro estudo recente publicado pela Harvard Medical School (2022) destacou que as telas incentivam posturas que resultam em compressão do pescoço e inclinação da cabeça, que podem gerar problemas na coluna a longo prazo. Além disso, a luz azul das telas contribui para o desgaste ocular e para a fadiga visual, levando a dores de cabeça frequentes e à chamada síndrome do olho seco.
A Questão do Tempo Exagerado nas Telas
O tempo em frente às telas também intensifica problemas como sedentarismo e obesidade. Estudos mostram que pessoas que passam muitas horas sentadas têm maior propensão a desenvolver doenças cardiovasculares e outros problemas de saúde graves, como a hipertensão.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda que adultos façam pausas frequentes a cada uma ou duas horas de uso de telas, para caminhar, alongar-se e permitir um descanso visual, reduzindo assim os impactos negativos.
Ergonomia e Saúde Mental: Uma Relação Mais Profunda do Que Parece
O impacto do uso de telas na saúde mental também está relacionado. Quando o corpo está em desconforto, o cérebro libera hormônios de estresse, o que, a longo prazo, pode contribuir para o desenvolvimento de transtornos como ansiedade e depressão.
Estudos da Universidade de Stanford (2022) sugerem que as condições físicas desfavoráveis em espaços digitais afetam diretamente o humor e o bem-estar, levando a uma maior irritabilidade e a dificuldades de concentração.
Além disso, a permanência em posturas desconfortáveis e a falta de intervalos podem aumentar a fadiga mental e a sensação de sobrecarga, especialmente em ambientes de trabalho remoto. Outro estudo da Universidade de Harvard (2022) indica que, quando o ambiente digital não é ergonomicamente preparado, o estresse pode se agravar, resultando em menor produtividade e maior desgaste emocional.
Para minimizar o impacto do uso de telas, é essencial que cada um de nós adote práticas simples, mas eficientes.
Trabalho Humanizado e Qualidade de Vida
A adoção de uma postura correta e regras no uso de telas pode transformar a qualidade de vida de quem trabalha ou estuda por longas horas no ambiente digital. À medida que nos ajustamos e respeitamos esses cuidados, também aprendemos a equilibrar o tempo gasto nas telas, possibilitando uma rotina digital mais saudável e consciente.
Lembrar que o corpo e a mente são impactados pela forma como nos posicionamos em frente às telas é o primeiro passo para uma experiência digital equilibrada. Investir em ergonomia não é apenas um cuidado físico, mas também um compromisso com a saúde mental, que pode garantir qualidade de vida e bem-estar para enfrentar as exigências do mundo digital.
Maria Augusta Ribeiro especialista em Netnografia e Comportamento Digital
@gutabelicosa
https://belicosa.com.br/equilibrio-digital-no-janeiro-branco/
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