Cultura de “zuar” em shoppings do país traz consequências à sociedade, estimulada pela adultização infantil de uma geração.
Por Maria Augusta Ribeiro
Milhões de jovens da periferia invadem os shoppings de todo o país, ávidos por consumo e diversão. Mas será que eles têm idade suficiente para estar lá? Ou são apenas a consequência da adultizaçao infantil generalizada no país?
O fenômeno da adultização infantil se observa na geração de 10 a 14 anos, erotizados por roupas inadequadas à sua idade, hábitos de consumo além de sua geração, e encurtamento de suas infâncias.
Iniciada com o estímulo de pais e colegas à pratica sexual desde muito pequenos, os meninos são incentivados a se tornarem mais adultos. Já as meninas vêm acompanhadas pelo incentivo ao consumo de maquiagens, salto alto e roupas cada vez mais parecidas com a de uma mulher feita.
Assim, a falta de políticas direcionadas a conter a adultização, estímulo à educação de qualidade, e cerceadores que consigam balizar, de fato, o que a indústria visual exibe, direcionam os pequenos ao consumo da roupa de marca, reduzindo o consumo de produtos falsificados, para que, de fato, tenham status de famosinhos a cada rolé no shopping.
Com seus relógios biológicos atropelados, falta de estrutura comportamental em seus lares e de educação de qualidade, registram um aumento do número de infratores cada vez mais novos e casos de aborto e gravidez precoce.
As consequências de hoje são visíveis a cada rolezinho que se aglomera nos shoppings, e um número gigantesco de menores adultizados e ávidos por consumo se torna visível à nação.
A cultura de zoar nos rolezinhos poderia ser o estímulo à educação de qualidade, ir a museus, exposições, ou quem sabe assistindo a um bom filme nos milhões de cinemas dentro dos shoppings de todo o país.
Porque as pessoas tem medo de se desconectar