A sobrecarga de informação, chamada de infobesidade é uma epidemia em escala mundial. Não é à toa que pessoas no mundo todo relatam o constante stress e dificuldades para tomar decisões devido à quantidade de informação recebida ao longo do dia.

Esqueceu do nome de alguém que conheceu ontem? Não lembra a última propaganda que viu, ou desaprendeu a andar e bicicleta? Você não esta sozinho e faz parte dos 6 bilhões de pessoas com o mesmo diagnóstico: A intoxicação pela informação.

InfobesidadeO problema não é novo. Desde que o mundo se industrializou, o excesso de informação acompanha o contexto histórico das nações, e impede que os indivíduos ajam de forma adequada às novas sensações. O que é diferente agora é a velocidade que isso acontece.

Imagine que sua mente está num supermercado onde todas as ofertas são atrativas, porém ele somente pode escolher um item para produzir uma ação; assim a infobesidade faz com que o nosso cérebro receba tantos estímulos que eles não consigam se decidir.

A internet duplica, triplica e multiplica toda a informação recebida, mesmo que ela seja descartável ou tida como lixo. Os dados soltos mais confundem do que tornam melhor nosso tempo de resposta, quando o assunto é decidir, delegar ou reagir.

Muitos tendem a submergir num emaranhado de referências que não são saudáveis ou úteis. E o problema nao é da tecnologia e sim de comportamento. Afinal é você que decide qual informação gera conhecimento e qual é rejeitada.

Infobesidade

Pesquisadores no mundo todo se preocupam com a sobrecarga de informação. E principalmente Harvard e Google se empenham para encontrar soluções para esse processo de contaminação cognitiva, que pode levar à perda de memória, habilidades motoras e à incapacidade de filtrar o que é adequado a cada um.

Em escala profissional, o assunto é temerário. Mas quando falamos do excesso de informação em crianças, o assunto é monstruoso. A possibilidade de produzir gerações inteiras de pessoas altamente conectadas, mas sem a capacidade de distinguir perigos iminentes, nem de se adaptar e tão pouco ser alfabetizado corretamente assusta.

Levando em consideração que uma criança termina o ciclo de alfabetização aos 7 anos, se seu filho hoje tem 5 anos e está exposto a uma quantidade gigantesca de informação seja ela digital ou física, sim, ele é um candidato a não conseguir aprender a ler ou a escrever.

Dados publicados pela agência Reuters desde 1996 dizem que 2 entre 3 profissionais em cargos de chefia relatam tensão no trabalho devido à quantidade infinita de dados como e-mails a responder em grande volume diário, reuniões que devem sempre seguir de um ppt, e mensagens de whatsapp.

Infobesidade

Nas crianças e jovens o impacto é maior, muitos deles não são capazes de se defender de perigo iminente, porque o cérebro não consegue decidir uma opção segura já que são oferecidas muitas opções.

A infobesidade ou infoxicação não é um problema sem cura. E hábitos simples tem impacto positivos percebido por todos. O primeiro deles é, a cada tarefa a realizar, desconectar seu smartphone: sem interrupções de sinais sonoros, vibratórios e luminosos você será capaz de ter mais foco, e quem sabe realizar uma atividade com melhor performance.

Seja disciplinado, não passe o dia todo coletando dados que não vai usar. Se precisa de informações, reserve um tempo para isso, e depois planejamento, análise e execução.

InfobesidadeConverse com seus colegas. Quando utilizamos a informação local processamos melhor atitudes globais. A maioria das empresas acredita que filiais estão sempre mais próximas dos clientes do que a matriz, em razão de perceber melhor as expectativas locais.

Se eu mandar você pular da ponte, vou receber uma risadinha de canto de boca como resposta, porque isso não vai acontecer. Certo? Porém, em ambiente digital, quando recebemos uma informação, o que fazemos? Compartilhamos! E aquele velho hábito de checar se isso vem de uma fonte segura passa desapercebido. Lembre-se, filtro é sempre necessário.

E por fim, esteja atento que, com a quantidade de dados disponíveis, seja no físico como no virtual, a possibilidade desse material divulgado ter intuito de assustar, desmoralizar ou desorientar é grande. Questione.

Por: Maria Augusta Ribeiro. Profissional da informação, especialista em Netnografia e Comportamento Digital – Belicosa.com.br

 







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