Em terra de algoritmo quem tem conteúdo é rei, certo? Errado. Saiba por quê acreditamos tanto em relevância da informação, mas nos esquecemos que a constante codificação do universo online incentiva à chamada desinformação digital.

A maioria de nós tem a tendência a compartilhar informação que seja compatível com as nossas crenças, mas, quando o assunto são as últimas notícias, o desejo que ela seja imparcial e segura nos coloca numa sinuca de bico. Será que tudo o que recebemos são resultados confiáveis ou apenas resultados dos algoritmos?

interrogacao,#belicosaEste conjunto de regras lógicas, definido por um programador, que permite solucionar problemas matemáticos, coloca em debate se a mídia que você consome é relevante ou apenas algoritmos que decidem o que vamos ler?

Um estudo recente da Proceedings para a Academia Nacional de Ciência dos U.S.A. revelou que a propagação de conteúdo nas redes sociais, por exemplo, ocorre dentro da chamada câmara de eco.

Isso significa que as notícias compatíveis com suas ideias e opiniões são publicadas na sua timeline, ou seja, se você consome conteúdo culinário, a chance de aparecer noticias relacionadas a isso é maior do que para mim, que não frito nem um ovo.

westliche-medien-nutzen-nazi-methode-einseitiger-desinformationQuando curtimos ou compartilhamos conteúdos que acreditamos ser relevantes nas redes sociais, viramos apenas repetidores de informações semelhantes. Desse jeito diminui a capacidade de aprendermos sobre assuntos novos, a diversidade digital não acontece, e ainda recebemos alguma informação que não procede, como a morte de um artista que esta super vivo.

O fenômeno da desinformação digital é tão nocivo na Internet, que o Fórum Econômico Mundial classificou o conteúdo “viral” como uma das maiores ameaças à sociedade moderna. Ainda que não acredite que seja tão prejudicial assim, imagine se recebesse um artigo, com riqueza de detalhes, dizendo que o Estado Islâmico bombardeou o Brasil e isso viralizasse; acredite, os efeitos disso poderiam ser devastadores.

Consumir mais informação, hoje em dia, não é sinônimo de progresso. Caso contrário, com toda a informação rolando na Internet sobre os malefícios da batata frita e da Coca-Cola, teríamos mais saudáveis, o que não acontece.

livraria-modernaE como sair da câmara de eco? Consumir conteúdo de várias fontes, fazer perguntas fora das redes sociais e questionar se aquela informação que recebeu procede. Sites como o boatos.org, outras redes sociais e site como o mediun podem ajudar a estar informado de maneira consciente.

A Internet é um universo destinado ao pluralismo, mas repleto de algoritmos que podem estimular desinformação, filtrando demais seu conteúdo e colocando em xeque o que realmente é relevante ou não na Internet. Pense Nisso!

Por: Maria Augusta Ribeiro. Profissional da informação, especialista em Netnografia, escreve para o Belicosa.com.br e é Coordenadora de Comunicação da BPW Brasil.

 







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