A Geração Beta, formada por aqueles nascidos a partir de 2025, representa a primeira geração inteiramente imersa no mundo digital desde o nascimento.
Em um cenário onde a tecnologia está profundamente entrelaçada com o cotidiano, essa geração traz características e desafios únicos. Como será o trabalho, estudo e relações interpessoais dos Betas?
Vamos começar do inicio…O que define a Geração Beta?
De acordo com especialistas como Mark McCrindle, futurista especializado em tendências geracionais e que cunhou o termo Geração Beta. Diz que o contexto globalizado, onde a inteligência artificial, a automação e a internet das coisas são onipresentes essa geração não terá problemas em abraçar todas essa informação.
Se pensarmos pelo viés bom essa galera vai se destacar em habilidades tecnológicas emergentes desde pequenos.
Segundo um estudo publicado pela revista Frontiers in Psychology (2021), o contato precoce com ferramentas digitais pode desenvolver habilidades de resolução de problemas. Essa geração provavelmente será altamente qualificada para profissões que demandam o uso de IA, automação e análise de dados.
A flexibilidade e a adaptação são outras características marcantes. Crescendo em um mundo onde mudanças tecnológicas e sociais acontecem rapidamente, os membros da Geração Beta podem desenvolver uma resiliência às transformações.
Com acesso ilimitado à informação, essa geração tende a ser mais consciente sobre questões globais, como mudanças climáticas e desigualdade social. Parecem temas batidos, mas muitos países ainda não são inclusivos e isso amplia a ideia de que serão mais empáticos.
Mas e se pensarmos com o viés dos contras
Embora a tecnologia seja uma vantagem é também uma armadilha.
A dependência de dispositivos eletrônicos pode levar à diminuição da capacidade de foco e à infobesidade — o excesso de informação que dificulta a tomada de decisão. O vicio em Games já e considerado um diagnostico e esta incluído no CID 11 acarretando outros problemas de saúde como ansiedade e depressão.
A fragilidade das relações sociais ainda será o mais impactante problema dessa geração. O contato virtual precoce pode limitar o desenvolvimento de habilidades interpessoais. A comunicação presencial e a empatia, por exemplo, podem ser prejudicadas. A psicóloga Sherry Turkle e pesquisadora de tecnologia no MIT em seu livro Reclaiming Conversation (2015), argumenta que a interação mediada por telas reduz a profundidade emocional das relações humanas.
Muitos professores relatam dificuldades em manter a atenção dos alunos, especialmente quando competem com a distração oferecida por smartphones e redes sociais. No Brasil temos lei que proíbe o uso de smartphones dentro das escolas mas com o tempo teremos outros dispositivos para nos preocupar.
No mundo corporativo, a Geração Beta trará uma mentalidade orientada à inovação e à solução de problemas tecnológicos. Contudo, também enfrentará desafios em relação à produtividade e à colaboração interpessoal. O artigo de Deloitte Insights (2024) alerta que essa geração, apesar de altamente qualificada tecnologicamente, pode precisar de treinamento específico para melhorar a interação em equipe e a gestão de conflitos.
Nas relações sociais e familiares, a Geração Beta pode enfrentar dificuldades para desconectar-se do digital e criar laços mais profundos no mundo físico. Estudos mostram que a exposição constante a redes sociais pode levar a um aumento da comparação social e a uma diminuição da satisfação com a vida.
A Geração Beta será a primeira que vai experimentar o veiculo autônomo em escala, tecnologias de saúde vestíveis e ambientes imersivos como aspecto padrão da vida diária. Seus anos de formação serão marcados por personalização, adaptação e jeitos de comprar que somente podemos imaginar.
E que também podem ser desastrosos no sentido de quem não puder ter acesso a essas tecnologias será segregado ainda mais.
Da mesma forma que representa oportunidade também compreende desafios para a sociedade. Sua alta competência tecnológica e capacidade de adaptação contrastam com os riscos de dependência digital e fragilidade nas relações interpessoais.
Para que essa geração alcance seu potencial máximo, será essencial equilibrar o uso da tecnologia com o desenvolvimento de habilidades humanas e socioemocionais. A chave estará em uma educação que promova tanto a alfabetização digital quanto a formação de cidadãos conscientes e empáticos.
Maria Augusta Ribeiro especialista em Netnografia e Comportamento Digital
Belicosa.com.br
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