Maestro cria no Amapá a primeira orquestra formada por descendentes de escravos do país.
Por Maria Augusta Ribeiro
Vivaldi, Mozart e Bach não são mais um mistério, e agora invadem o universo de crianças e jovens carentes no norte do Brasil, onde a massificação da música erudita se faz onde falta oportunidade.
O subtenente dos Bombeiros, o maestro Elias Sampaio, é quem comanda a orquestra de jovens e crianças a ousarem tocar sinfonias, valsas e marabaixos. Com foco, determinação e muita força de vontade, instrumentos surgem do engajamento da população, doações e investimentos do estado.
A música que antes se ouvia nos quilombos se mistura às notas clássicas por mãos de jovens descendentes de escravos. A precariedade da comunidade pobre faz da criatividade uma alternativa, e assim a iniciação à orquestra começa com instrumentos feitos de isopor e papelão.
À medida que se desenvolvem, os músicos passam a tocar instrumentos compartilhados, e alunos mais experientes ensinam iniciantes. Espaços cedidos pela comunidade para os ensaios e a responsabilidade em chegar no horário fazem da orquestra de jovens do Amapá um sucesso por si só.
O maestro que sonhou alto, hoje é sinônimo de cidadania. Funcionando como ferramenta de transformação social, de engajamento cidadão e de facilitador da cultura, ele leva esperança de vida melhor onde a possibilidade em transformar um aluno em músico que possa ser ouvido em orquestras pelo mundo afora se faz exemplo.
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Porque as pessoas tem medo de se desconectar