Filme com cenas de sexo explícito coloca à prova sexualidade e violência.
Por Maria Augusta Ribeiro
Esqueça os “50 Tons de cinza”. Para falar de sexo o diretor Lars Von Trier aborda em seu filme “Nymphomaniac”: o limite do sexo, a pornografia e a violência, questionando se elas ainda são tabu.
Expondo a nudez de celebridades de Hollywood em cenas ousadas e apelativas de sexo, o diretor faz dele não uma ferramenta de desejo, mas sim uma indagação sobre questões como: moralidade, sexualidade e nudez banalizando tudo de forma extrema.
Fazendo um comparativo com a violência, que se torna cada vez mais cotidiana nas ruas, escolas, e até nos estádios, pode se dizer que o cidadão tolera mais a violência do que o sexo, pois cenas de sexo incomodam mais do que a brutalidade ou força em arenas no dia a dia.
Assim, desejamos a evolução da espécie, dos conceitos e dos hábitos, mas não estamos preparados e nem preparamos os jovens a lidar com questões complexas que envolvem a libido, sexo e sua sexualidade, tanto quanto a violência.
Não se deseja violência e tão pouco o sexo banalizado, mas o filme de Lars Von Trier faz despertar o interesse da sociedade pelo rótulo sujo e pornográfico de impróprio. Então, o que julgamos como ultraje deve ser aplicado à violência tal qual se aplica ao sexo? Ou devemos ignorar a violência que invade as ruas, estádios e penitenciárias em todo o país?
Não se aconselha o filme a menores ou a quem não deseja ver um filme quase pornô, mas aos que assistirem vale a pena olhar o sexo com outros olhos, onde a linha tênue que o separa de prazer e violência é marcante.
Ao cidadão, vale se perguntar: será que estamos preparados para tratar o sexo de nossos jovens de forma correta? Ou continuaremos a rotular algo que precisa de informação como tabu, acobertando mais uma vez o que, de fato, pode ser apenas violência sexual?
Porque as pessoas tem medo de se desconectar