Saiba por que expor crianças de 8 a 12 anos na internet como influenciadores digitais pode comprometer o desenvolvimento delas e ainda transformá-las em adultos frustrados e em busca de likes.

O crescente número de crianças viralizando em canais do Youtube, expondo suas vidas cotidianas com indicação de consumo, é altamente lucrativo e não para de multiplicar.

A monetização de seus canais incentiva o que deveria ser uma simples brincadeira em um trabalho rentável, com direito a viagens a Disney, e pais sendo empodeirados indiretamente e aproveitando a fama dos pequenos para fazer dinheiro.

Ok! Sabemos que crianças não podem trabalhar, mas mesmo assim a indústria do entretenimento descumpre essas regras, sem se dar conta de que, o que hoje faz sucesso, amanhã pode transformar crianças saudáveis em adultos em busca de aceitação.

Segundo a Academia de Psiquiatria Americana e a Sociedade de Pediatria Canadense, crianças nessas idades deveriam ser expostas à tecnologia no máximo 2 horas por dia, o que não acontece.

Além da exposição psicológica de uma criança na internet, temos doenças relacionadas ao uso extremo dessa tecnologia, com departamentos inteiros em hospitais para tratar o que antes era chamado de inovação.

Obesidade, atraso no desenvolvimento cerebral, insônia e demência digital já são casos comuns em crianças de 6 a 12 anos pelo uso demasiado dos smartphones, agora imagine o estrago que pode fazer o Youtube, quando utilizado em vez de canal, vira trabalho?

Outro fator preocupante é que um youtuber mirim de 8 anos, quando tiver 20 pode não gostar do resultado de seus canais. E pode ser alvo de piadas, bulling, e ainda servir de conteúdo para meios de comunicação sensacionalistas, mimizentos que agridem sua reputação e que deveria ter sido protegida por seu pais quando esta criança tinha 8 anos e não ao completar os 20.

https://www.youtube.com/watch?v=pgLsAOGV2VA

Fora isso, é sabido que pedófilos, hackers e gente sem noção acompanha os youtubers mirins a fim de algo mais, se é que me entendem, utilizando assim suas redes sociais para praticar crimes, como abuso sexual e sequestro de dados.

De cara não estamos aqui incentivando a exclusão da tecnologia da vida de seu filho, mas sim fazendo você refletir sobre para que serve um canal digital, mesmo com monitoramento, vagando pela imensidão da internet em busca de popularidade.

E antes que me acuse de ser um canal negativista, lembre-se que não é porque seu filho tem vontade de dirigir seu carro aos 8 anos que você o empresta para ele dar uma voltinha.

Com a internet não dá para brincar, há muito dado e gente doida vagando sem rumo a fim de encontrar uma criança para se aproveitar. Se seu filho tem a ideia de ser youtuber com objetivo profissional.

Mas te pergunto quem aos 8 anos de idade sabe o que carreira seguir, onde ira fazer sua pos graduação ou mesmo em que especialidade vai seguir? Se acredita que seu filho e mesmo você vai responder não algumas dessas questões, melhor não incentivar e direcionar suas habilidades para outras atividades.

E super importante aprender mas para isso acontecer o seu filho precisa desenvolver competências que desenvolvemos brincando, ajudando o próximo e se conectando as pessoas antes de ser uma vitrine no digital.

http://www.meioemensagem.com.br/home/comunicacao/2016/07/05/precisamos-falar-sobre-os-youtubers-mirins.html

Um espelho transformador para muitos dos pequenos que desejam estar no digital pode vir do exemplo de Hailey Forty uma garotinha que ajuda moradores de rua construindo abrigos e distribuindo verduras e frutas cultivados por ela.

Sabemos que pais e responsáveis hoje tem uma tarefa árdua com os pequeno. E o acesso à tecnologia, pode e deve ser barganhado, levando em consideração a meritocracia.

Mas é preciso alertar que, por mais adequado que sejam as ferramentas de segurança, no Youtube você pode incentivar seu filho a ser aquele adulto frustrado de amanhã, porque não recebeu tantas curtidas num vídeo que publicou como a turma da série do Netflix Black Mirror.

Que seu filho possa fazer sentido à vida das pessoas, compartilhar conteúdo interessante e navegar pela internet apenas como uma etapa da vida, e não o tempo todo, afinal pra se tornar a pessoa respeitada e reconhecida de amanhã que tanto deseja é preciso trabalho duro e dedicação nao likes.

Por: Maria Augusta Ribeiro. Profissional da informação, especialista em Netnografia, escreve para o Belicosa.com.br.







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